terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Enfim, Juntos


Virou moda criar e adaptar histórias em que a intersecção de personagens ocorre. Vimos este molde dar certo em Magnólia, mas também vimos dar errado em Babel. Geralmente o que desencadeia o erro é o excesso de pretensão inserido no roteiro. Construir eventos ou fatos mirabolantes e/ou utópicos também é normal em fitas deste tipo. Pois saibam que Enfim, Juntos quebra todos os paradigmas e utiliza a união de personagens de forma simples e belíssima.

O filme foi adaptado do livro homônimo de Anna Gavalda pelo roteirista Claude Berri (infelizmente falecido neste mês), que também o dirige. Começamos com uma apresentação dos quatro personagens principais que aparentemente não têm nada em comum - fora o fato de todos eles serem completamente sozinhos e incapazes de viver integrados na sociedade. Se formos pensar bem, o normal é que eles não se conheçam para dar mais fôlego ao roteiro, correto? É, mas vejamos: Camille (Audrey Tautou) é faxineira, tem um relacionamento conturbado com a mãe e mora no mesmo prédio que Philibert (Laurent Stocker) o qual vende postais num Museu. Junto com Philibert mora Franck (Guillaume Canet), um cozinheiro tão solitário quanto sua avó Paulette (Françoise Bertin) que após quebrar o fêmur passa a viver numa “casa de reabilitação” (vulgo asilo) que odeia. Este é o “quarteto fantástico” e percebam que eles são conhecidos um dos outros e, mesmo assim, suas histórias irão se cruzar. A maneira segundo a qual isto ocorre é levada de forma tão natural pelo diretor que, por oras, achei estar realmente vivendo e interagindo com cada um deles. Numa vontade desesperada de apresentar algo interessante, mais uma vez Berri não acolhe clichês em sua fita e cria situações que vão desde as mais hilárias até as mais expressivamente iluminadas pela emoção.

A cena mais bela e, consequentemente o ápice do filme, é ministrada por uma fotografia espetacular em tons claros e brilhantes, embalada pela deliciosa canção “La Bicyclette” e levada por um elenco totalmente à vontade e mais talentoso do que nunca. Audrey Tautou está incrível, assim como Guillaume Canet; mas quem rouba a cena de forma sensacional são Laurent Stocker (interpretando um ator gago!) e Françoise Bertin (a senil fofíssima). Uma boa parte das filmagens é feita dentro do apartamento dos meninos e ,aqui, a direção de arte também reina suprema: móveis clássicos bem no estilo francês, paredes em tons de dourado e um clima artístico muito interessante. A película, enfim, é uma celebração à vida, ao amor, à amizade. Uma grande pena que um excelente diretor e roteirista como Claude Berri tenha nos deixado. Fica aí, a minha homenagem...


Nota: 9,5


Ensemble, C'est Tout; França, 2007; DRAMA/ROMANCE; de Claude Berri; Com: Audrey Tautou, Guillaume Canet, Françoise Bertin, Laurent Stocker, Alain Sachs, Firmine Richard.

13 comentários:

Matheus Pannebecker disse...

Kau, eu já queria ver esse filme por causa da Audrey Tautou, agora fiquei mais animado ainda com a sua resenha!

Yuri Dias disse...

Sinceramente não conhecia, mas fiquei bastante curioso de ver. Vou procurar. Gostei da premissa e das qualidades expostas, deve valer a pena ;)

Abraços.

Alyson Santos disse...

Primeiro que esse layout está demais! Adoro "As Horas".

Sobre o filme, admito que não o conhecia, assim como as pessoas que trabalham nele. Pelo entusiasmo do texto, parece valer muito a pena. Obrigado pela divulgação. Abraços, Kau.

Fernando Ribeiro disse...

Gostei muito da forma como ficou o teu banner de abertura do blog. Parabéns! :)

Abraço.

Anônimo disse...

Poxa, não o conhecia e fiquei bem intrigado. Só discordo quanto à Babel, filme que adoro.

E o banner ta excepcional! ;)

Ciao!

T. disse...

Não vi nada dar errado em Babel não viu...




E gostei do novo layout!

Red Dust disse...

Não vi, mas esta anotado. Basta ter a Audrey Tautou... :)

Abraço.

Sergio Deda disse...

Mais uma ótima dica Kau, seu texto e a temática do filme me agradaram bastante... este entra para a lista!

Abraços!

Mayara Bastos disse...

Olá, Kau! Tudo bem?

Não conhecia este filme, mas agora com sua resenha conheci um pouquinho mais sobre ele, e irei procurar.

Fique bem, beijos! ;)

Kau Oliveira disse...

Matt, a Audrey está super bem no filme. Vale a pena conferir!

Yuri, acho que é fácil de encontrar e, se puder, assista mesmo. Abraços!

Alyson, eu AMO As Horas! E sim, o filme é muito bonito. É uma boa dica para conhecer estes excelentes atores franceses. Abraços!

Fernando, obrigado! Abraços!

Wally, Babel é um filme todo errado, em termos de roteiro, pra mim. Pretensão em forma de filme... rs. Mas entendo que MUITA gente adore. E valeu pelo elogio ao layout. Abraços!

Ti fanfarrão, tá careca de saber o que acho de Babel (discutimos pouco né??? rsrsrsrsrs). O topo novo ficou lindo, né?!

Red, que bom! Anota mesmo que vale a pena. Abraços!

Sérgio, fio feliz em dar esse tipo de dica para vcs, hahahaha. Pode ter certeza que não é bomba!!!! Abraços.

Mayara, acho que vc vai AMAR este filme. Pelo pouco que conversamos, ele parece ser o estilo que vc gosta! Beijos!

Anônimo disse...

Antes de tudo, mandou bem no novo layout. Ficou muito bom. =) Eu tenho que me controlar para não mudar o meu toda semana. hehe

Audrey é uma coisa fofa e qualquer filme com ela já vale a pena [exceto O Código da Vinci]. Agora você me deixou com uma vontade imensa de assistir esse. Irei baixar. Parece muito bonito.

[]s!

Museu do Cinema disse...

Interessante, dica anotada!

Kau Oliveira disse...

Jeff, valeu. E sim, Audrey é uma fofa e, melhor que isso, uma excelente atriz. Acho que vc vai gostar do filme. Abraços!

Cassiano, vale a pena!