segunda-feira, 30 de março de 2009

Eu tentei... Mas o Bit fica por aqui!


Amigos e amigas,
É com tristeza que venho dizer que o meu amado blog vai ficar alguns anos fora do ar. Pelo menos até eu me formar - lá em 2011. Não tenho tempo de atualizá-lo devido à faculdade e estágios e realmente não posso deixar o estudo de lado para mater o blog como gostaria. Agradeço a todos os que leram e comentaram os meus textos e já digo que, se Deus quiser, daqui uns anos eu voltarei à todo vapor com o Bit!
"Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar..."
Espero conseguir mater contato com os blogueiros que estão na minha lista do MSN e saber notícias sobre tudo o que rola por aí.
GRANDE abraço a todos vocês!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Juno


O que decididamente mais me irrita em filmes que abordam uma temática adolescente são os roteiros sempre clichês, bobinhos e idênticos. Chegou, então, uma ex-striper de nome Diablo Cody e escreveu o roteiro ousado sobre a garota Juno e entregou as mãos de Jason Reitman para que este o dirigisse. O que acontece eh que muitas pessoas acharam a idéia central deste filme horrenda, uma vez que poderia ser tratada de forma fria demais. Mas Reitman, apesar de, pra mim, a fita ser extremamente direta, lança mão de uma sensibilidade aparente ao conduzir o roteiro. Juno conquistou muitos críticos e cinéfilos e foi tido como a comedia dramática do ano, sendo, assim, indicado a 4 Oscar – vencendo o de Roteiro Original.

Juno (Ellen Page) é uma adolescente como outra qualquer, que não tem o intuito de se comprometer com nada que seja parte do viés da responsabilidade. Na verdade, ela é totalmente desleixada e vive fazendo piadas, mas deixo claro que estas sempre são bastante inteligentes. Ela mora com seu pai (J.K. Simmons ) e sua madrasta (Allison Janney), alem de ter um melhor amigo, Paulie (Michael Cera) com o qual resolve brincar de gente grande e acaba sofrendo as consequências desta brincadeira. A garota, sendo mais claro, fica grávida do melhor amigo, que também é um adolescente que só pensa em treinar cooper e comer pastilhas “Tic Tac”. De pronto, Juno pensa em apelar para algo extremo, o aborto. Mas logo ela desiste da idéia, conta para seus pais e, com a ajuda de sua amiga resolve procurar pais perfeitos para adoção pelo jornal. É assim que encontra Mark (Jason Bateman) e Vanessa (Jennifer Garner): um casal bonito, legal e que sonham em ter um filho. Desta forma, Juno “fecha contrato” com o casal e passa a conviver com eles por conta da gravidez, uma vez que Vanessa queria acompanhá-la de perto. A partir daí, o filme toma dimensões mais adultas, pois alguns fatos começam a acontecer, os quais prejudicarão a harmonia do casal.

Diablo Cody foi elogiadíssima por seu argumento bastante atual. E confesso que a primeira vista também o achei incrível. Mas depois de mais duas revisões, acabei percebendo que o roteiro, apesar de original, bate de frente com alguns valores que sigo. O desfecho da fita é extremamente fiel a todo o restante, mas mesmo assim percebemos que o sentimento de Juno para com a criança era muito maior do que ela achava. Vamos ao que me deixa inquieto acerca do texto: tudo gira em torno da irresponsabilidade de Juno e Paulie. Ela encontra o casal perfeito para adotar a “coisa” (Juno se refere assim ao próprio filho), PARA QUE ESTA TENHA UMA EDUCACAO CORRETA E SEJA CRIADA POR ADULTOS RESPONSÁVEIS. O que segue tem SPOILER. Percebam, pois, que Mark e Vanessa se separam antes mesmo do nascimento da criança e, deste modo, a pobre “coisa” terá uma educação tão prejudicada quanto se tivesse ficado com a adolescente irresponsável. Fim de SPOILER. Aqui, então, cai por terra a possível lição de moral sobre responsabilidade que deveria estar contida no filme.

A direção de Reitman é apenas correta no que tange a condução do argumento. Mas se formos analisar o seu trabalho de apoio ao elenco, temos algo bastante interessante. Imaginando ser decapitado agora pelos senhores, digo que não vejo nada demais na atuação de Ellen Page. Ela interpreta a si mesma e não se aprofunda na situação, a meu ver (diferentemente do que faz Mickey Rourke em O Lutador: é ele mesmo, mas com uma entrega impressionante). Tem lá seus momentos que me fizeram rir, mas tudo por culpa de boas tiradas inseridas por Cody (Page faz muito mais em Os Fragmentos de Tracey onde, inclusive, nos apresenta a melhor atuação de sua carreira). J.K. Simmons, Allison Janney, Michael Cera e Jennifer Garner, no entanto, estão brilhantes. Jennifer entrou fácil entre as melhores coadjuvantes daquele ano na minha lista. Em termos técnicos, Juno não tem nada desenvolvido ate por que não precisava. O que vale destacar é a trilha sonora, que é linda de morrer! Pensei horas sobre que nota final atribuir a esta fita. Resolvi classificar a direção de Reitman e a atuação de Page como, de fato, apenas corretos e, desta forma, não tiro nota por culpa deles. Saibam que meu grande problema é como já expus aqui, o roteiro da estreante Diablo Cody.


Nota: 7,0



Juno; EUA, 2007; DRAMA/ROMANCE/COMÉDIA; de Jason Reitman; Com: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, J.K Simmons, Allison Janney, Olivia Thirlby.



COMUNICADO: Como os caros leitores e leitoras do Bit of Everything puderam perceber, o editor que vos fala está ausente em termos de postagem e comentários nos blogs parceiros. O pior é que por um tempo indeterminado eu continuarei postando mais ou menos a cada dois dias (as postagens eram diárias) e minha relação com os parceiros não será mais tão constante. Claro que continuarei arrumando um tempinho para comentar neles, mas peço um pouco de paciência. Obrigado pela compreensão!

domingo, 22 de março de 2009

Top 5 e Selos

Há uns dias, o Otavio (Hollywoodiano) postou o seu top 5 Clint Eastwood. Então, também fiquei com vontade de montar um top, mas decidi escolher filmes do amado (nem tanto por mim) Martin Scorsese. Então, vamos lá:


5. Cassino (1995)




4. A Época da Inocência (1993)





3. Os Bons Companheiros (1990)





2. Taxi Driver (1976)




1. Touro Indomável (1980)








Também aproveito para apresentar 4 selos com os quais Thiago (Cine e Séries) nos presenteou! Mais uma vez, obrigado. Optei por indicar um blog por selo, ok?!

* 100% Intradutível





Indicado: Alex (Cine Resenhas)



* Esse Blog é Quente


Indicado: Sérgio (Blog dos Cinéfilos)



* Esse Blog Entrete a Gente!


Indicada: Kamila (Cinéfila por Natureza)



* Esse Blog é Demais


Indicada: Mayara (Apaixonada por Cinema)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Especial PTA: Embriagado de Amor


Por diversas vezes fomos “agraciados” com açucaradas histórias de amor no Cinema. Não é de se estranhar que praticamente toda semana temos uma estréia de algum filme deste gênero, já que eles sempre arrecadam muito dinheiro. Mas convenhamos que em 99% dos casos a história é absolutamente a mesma e enfoca somente o romance, a paixão. Isto é, deixa a vida particular e interior dos envolvidos em segundo plano ou, pior, nem a colocam em evidência. Agora, alguns generosos cineastas já mostraram que pode haver originalidade no romance, filmando, por exemplo, o interessante Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, o caramelizado (mas muito bonito) P.S. Eu Te Amo, o direto e espetacular As Pontes de Madison. Lógico que o centro deste nosso Especial não poderia deixar por menos e também deu um jeito de inovar e acabou lançando Embriagado de Amor, um romance que transcende uma simples história de amor e, por esse motivo, torna-se complexo e cheio de simbolismos.

Barry Egan (Adam Sandler) é um sujeito estranho que cresceu aturando sete irmãs mais velhas e, por isso, tem uma espécie de trauma – infância difícil, cheia de abusos por parte das sete. Ele tem um pequeno negócio, mas este aparentemente vai ido de mal a pior. Nos primeiros minutos de filme, o diretor e roteirista Paul Thomas Anderson, lança na tela uma colisão entre dois carros, o que promove o abandono de um piano às portas do escritório de Barry. Este não hesita e leva o instrumento para dentro da fábrica e, minutos depois, conhece Lena (Emily Watson): uma mulher bastante misteriosa que, por ironia do destino, é amiga de uma das irmãs de Barry. Entretanto, ele ainda não sabe quem é e nem sabe como interagir com pessoas. Tentando fugir de tudo, numa noite, ele liga para o disk-sexo e fala com uma das moças a qual, de maneira muito cruel, começa a chantagear o rapaz, a ponto de colocar uma gangue atrás dele. Pronto! A vida de Barry que já era complicada vira de cabeça para baixo e começa a ser uma mistura de sentimentos. O roteiro é inteligentíssimo, uma vez que vai a fundo à vida do personagem de Sandler e exterioriza toda a complexidade acerca dele. Como tanto o piano, Lena e a gangue são “coisas” novas na sua vida, ele chega a ficar perto de afundar na sua própria existência; mas com a ajuda da personagem de Watson, ele se auto-descobrirá e viverá como jamais viveu.

Paul mostra mais um artifício de filmagem que, até então, não tinha utilizado. Percebam, por exemplo, quando Barry está sentado à mesa e, movimentando a câmera horizontalmente para o lado, vemos o resto do jantar do rapaz, denotando a sua completa solidão. É uma maneira de revelar algo sobre o personagem sem utilizar pessoas; somente móveis e objetos. O texto também é muito interessante e é cheio de metáforas e simbolismos. Confesso que não gostei muito da inserção do piano na trama. Achei um tanto quanto forçado, já que pode ser interpretado como a vinda da música para a vida do sujeito, ou seja, a alegria de viver (Pablo Villaça disse isso em seu texto, mas mesmo assim acho bastante estranho). Na resenha sobre Boogie Nights reclamei do trabalho de Paul e Robert Elswit no que diz respeito à fotografia. Bom, neste Embriagado de Amor, os dois fazem algo extraordinário neste quesito. A composição quase caótica de cores – que comumente se misturam com os mosaicos coloridos que denotam o interior bagunçado de Barry – e os ângulos utilizados são no mínimo brilhantes. Talvez o maior motivo que levou os cinéfilos a não gostarem do filme foi sua trilha sonora. Jon Brion visivelmente compõe uma trilha que ninguém imaginava para este tipo de filme. É um extremamente bem bolada e já se mostra uma maneira de denotar a personalidade do protagonista por meio de acordes (o que deu muito certo no último filme de Paul, Sangue Negro).

Alguns dos amigos devem saber que quando eu escuto o nome Adam Sandler, saio correndo (e se possível num carro turbo pra fugir rápido). Nem é birra, só o acho um ator extremamente fraco que não se dá bem nem em comédias. Mas também não sou hipócrita: seu Barry Egan é muito bem construído e depois que terminei de ver o filme fiquei parado pensando “esse é mesmo o sofrível Sandler?”. Philip Seymour Hoffman também dá o ar da sua graça e, em duas ou três cenas, é espetacular, assim como Mary Lynn Rajskub que é genial como a irmã de Barry. Uma pena eu ter achado, entretanto, a personagem de Emily Watson mal desenvolvida. Isso acabou atrapalhando a própria atriz que está um pouco apagada; e vale lembrar que acho Watson uma atriz notável: sua atuação em Ondas do Destino, pra mim, está entre as melhores da história. Na verdade, este mau desenvolvimento pode estar associado ao alto grau de complexidade despejado no filme. Paul já mostrou que sabe trabalhar com isto em todas as suas fitas e mesmo este Punch-Drunk Love contendo sacadas extraordinárias no roteiro, peca somente no volume de alguns itens confusos.




Nota: 8,0


Punch-Drunk Love; EUA, 2002; DRAMA/ROMANCE/COMÉDIA; de Paul Thomas Anderson; Com: Adam Sandler, Emily Watson, Philip Seymour Hoffman, Luis Guzmán, Mary Lynn Rajskub, Lisa Spector.

quinta-feira, 19 de março de 2009

2h37


Na capa deste 2h37 podemos observar a seguinte frase: “O melhor filme que aborda a vida de adolescentes. Chocante!”. Bom, para meio entendedor, meia palavra basta. Quem lê esta frase fica se corroendo de vontade de assistir ao filme por achar que vai encontrar algo diferente. Em 2003, Gus Van Sant trouxe a tona a sua obra-prima, Elefante, que recriava a tragédia da Columbine High School – o fatídico dia onde diversos alunos foram assassinados por próprios colegas nos EUA – e mostrava, entrelinhas, o subconsciente dos protagonistas de tal atentado. Gus esmiúça a vida dos dois garotos sem o intuito de tentar arrumar uma desculpa, ou seja, sem a pretensão de responder “por que eles fizeram aquilo?”. Além disso, ele acompanha todo o dia em que se deu o incidente e aproveita para apresentar vários adolescentes com suas angústias e medos. Este sim é o melhor filme que retrata esta fase da vida. 2h37?! Não passa de uma cópia de Elefante com um ou dois pontos do roteiro que diferem da fita de 2003.

O filme, escrito e dirigido por Murali K. Thalluri, começa e termina no mesmo dia. Mostra diversos personagens adolescentes que têm alguns problemas de ordem emocional e, para fazer isso, Murali optou por montar depoimentos dos próprios personagens que são passados ao longo da reprodução (tentou dar um ar documental como há no filme de Gus). Tudo parece girar em torno de Melody (Teresa Palmer) e seu irmão Marcus (Frank Sweet): aparentemente estão meio brigados e o motivo da briga vai ser explicitado no fim do filme e chega a ser chocante de tão forçado. Também temos um jovem que não assume quem realmente é, uma menina que sofre de distúrbios alimentares, um garoto que é o tempo todo reprovado pelos pais e outro que sofre de problemas fisiológicos e, por isso, é motivo de piada. Temos, no entanto, uma sétima pessoa, Kelly, que será o ponto crucial do desfecho. Pelo o que se pode perceber, Murali dedicou o filme a esta sua amiga, Kelly, e desta forma esperamos que o filme mostrasse tudo sobre a garota. Não sei como, ela é a personagem que menos aparece e, no entanto, é por sua culpa que o filme tem esse nome e foi por sua causa que fiquei em choque com o final da fita.

O que não é cópia de Elefante?! Os depoimentos dos jovens e o desfecho. Na realidade, ainda não digeri direito o porquê que ele ocorreu, nem tampouco o porquê de inserir algo tão brutal acerca de Melody e Marcus. A direção, apesar de ser muito competente no que tange o elenco, copia sem dó o que Van Sant fez em seu filme. Por exemplo: por meio de travellings mostra a ação de algum personagem; minutos depois, mostra a mesma cena, mas do ponto de vista de outra pessoa. Os bruscos cortes de planos também são parecidíssimos com os que vimos em Elefante. O que salva este 2h37 – e me perdoe quem gostou do filme, mas está bem claro que não foi o meu caso – é o elenco. A atuação de Teresa Palmer é magnífica, principalmente nos momentos finais. Frank Sweet, Joel Mackenzie (o menino que é reprovado pelos pais) e Charles Baird (o garoto com problemas fisiológicos) também não estão menos que brilhantes. Uma pena ver um elenco tão inspirado num filme tão sem personalidade que tenta inserir artifícios textuais para amenizar a falta de atitude.


Nota: 4,5

2h37; AUSTRÁLIA, 2006; DRAMA; de Murali K. Thalluri; Com: Teresa Palmer, Frank Sweet, Joel Mackenzie, Charles Baird, Sam Harris, Marni Spillane, Clementine Mellor, Sarah Hudson, Gary Sweet, Amy Schapel.