Na capa deste 2h37 podemos observar a seguinte frase: “O melhor filme que aborda a vida de adolescentes. Chocante!”. Bom, para meio entendedor, meia palavra basta. Quem lê esta frase fica se corroendo de vontade de assistir ao filme por achar que vai encontrar algo diferente. Em 2003, Gus Van Sant trouxe a tona a sua obra-prima, Elefante, que recriava a tragédia da Columbine High School – o fatídico dia onde diversos alunos foram assassinados por próprios colegas nos EUA – e mostrava, entrelinhas, o subconsciente dos protagonistas de tal atentado. Gus esmiúça a vida dos dois garotos sem o intuito de tentar arrumar uma desculpa, ou seja, sem a pretensão de responder “por que eles fizeram aquilo?”. Além disso, ele acompanha todo o dia em que se deu o incidente e aproveita para apresentar vários adolescentes com suas angústias e medos. Este sim é o melhor filme que retrata esta fase da vida. 2h37?! Não passa de uma cópia de Elefante com um ou dois pontos do roteiro que diferem da fita de 2003.
O filme, escrito e dirigido por Murali K. Thalluri, começa e termina no mesmo dia. Mostra diversos personagens adolescentes que têm alguns problemas de ordem emocional e, para fazer isso, Murali optou por montar depoimentos dos próprios personagens que são passados ao longo da reprodução (tentou dar um ar documental como há no filme de Gus). Tudo parece girar em torno de Melody (Teresa Palmer) e seu irmão Marcus (Frank Sweet): aparentemente estão meio brigados e o motivo da briga vai ser explicitado no fim do filme e chega a ser chocante de tão forçado. Também temos um jovem que não assume quem realmente é, uma menina que sofre de distúrbios alimentares, um garoto que é o tempo todo reprovado pelos pais e outro que sofre de problemas fisiológicos e, por isso, é motivo de piada. Temos, no entanto, uma sétima pessoa, Kelly, que será o ponto crucial do desfecho. Pelo o que se pode perceber, Murali dedicou o filme a esta sua amiga, Kelly, e desta forma esperamos que o filme mostrasse tudo sobre a garota. Não sei como, ela é a personagem que menos aparece e, no entanto, é por sua culpa que o filme tem esse nome e foi por sua causa que fiquei em choque com o final da fita.
O que não é cópia de Elefante?! Os depoimentos dos jovens e o desfecho. Na realidade, ainda não digeri direito o porquê que ele ocorreu, nem tampouco o porquê de inserir algo tão brutal acerca de Melody e Marcus. A direção, apesar de ser muito competente no que tange o elenco, copia sem dó o que Van Sant fez em seu filme. Por exemplo: por meio de travellings mostra a ação de algum personagem; minutos depois, mostra a mesma cena, mas do ponto de vista de outra pessoa. Os bruscos cortes de planos também são parecidíssimos com os que vimos em Elefante. O que salva este 2h37 – e me perdoe quem gostou do filme, mas está bem claro que não foi o meu caso – é o elenco. A atuação de Teresa Palmer é magnífica, principalmente nos momentos finais. Frank Sweet, Joel Mackenzie (o menino que é reprovado pelos pais) e Charles Baird (o garoto com problemas fisiológicos) também não estão menos que brilhantes. Uma pena ver um elenco tão inspirado num filme tão sem personalidade que tenta inserir artifícios textuais para amenizar a falta de atitude.
Nota: 4,5
O filme, escrito e dirigido por Murali K. Thalluri, começa e termina no mesmo dia. Mostra diversos personagens adolescentes que têm alguns problemas de ordem emocional e, para fazer isso, Murali optou por montar depoimentos dos próprios personagens que são passados ao longo da reprodução (tentou dar um ar documental como há no filme de Gus). Tudo parece girar em torno de Melody (Teresa Palmer) e seu irmão Marcus (Frank Sweet): aparentemente estão meio brigados e o motivo da briga vai ser explicitado no fim do filme e chega a ser chocante de tão forçado. Também temos um jovem que não assume quem realmente é, uma menina que sofre de distúrbios alimentares, um garoto que é o tempo todo reprovado pelos pais e outro que sofre de problemas fisiológicos e, por isso, é motivo de piada. Temos, no entanto, uma sétima pessoa, Kelly, que será o ponto crucial do desfecho. Pelo o que se pode perceber, Murali dedicou o filme a esta sua amiga, Kelly, e desta forma esperamos que o filme mostrasse tudo sobre a garota. Não sei como, ela é a personagem que menos aparece e, no entanto, é por sua culpa que o filme tem esse nome e foi por sua causa que fiquei em choque com o final da fita.
O que não é cópia de Elefante?! Os depoimentos dos jovens e o desfecho. Na realidade, ainda não digeri direito o porquê que ele ocorreu, nem tampouco o porquê de inserir algo tão brutal acerca de Melody e Marcus. A direção, apesar de ser muito competente no que tange o elenco, copia sem dó o que Van Sant fez em seu filme. Por exemplo: por meio de travellings mostra a ação de algum personagem; minutos depois, mostra a mesma cena, mas do ponto de vista de outra pessoa. Os bruscos cortes de planos também são parecidíssimos com os que vimos em Elefante. O que salva este 2h37 – e me perdoe quem gostou do filme, mas está bem claro que não foi o meu caso – é o elenco. A atuação de Teresa Palmer é magnífica, principalmente nos momentos finais. Frank Sweet, Joel Mackenzie (o menino que é reprovado pelos pais) e Charles Baird (o garoto com problemas fisiológicos) também não estão menos que brilhantes. Uma pena ver um elenco tão inspirado num filme tão sem personalidade que tenta inserir artifícios textuais para amenizar a falta de atitude.
Nota: 4,5
2h37; AUSTRÁLIA, 2006; DRAMA; de Murali K. Thalluri; Com: Teresa Palmer, Frank Sweet, Joel Mackenzie, Charles Baird, Sam Harris, Marni Spillane, Clementine Mellor, Sarah Hudson, Gary Sweet, Amy Schapel.