Não tem como falar de Natal sem lembrar-se de alguns filmes clássicos da época. Mas um em especial sempre me emociona, não importando se é a vigésima vez que o assisto. Para os que não sabem, antes de receber cinco indicações ao Oscar, "A Felicidade Não Se Compra" foi um fracasso de bilheteria. Curioso, já que hoje o filme é tido como um dos melhores da história e, na minha lista, faz parte do top 5 de todos os tempos. O mais fabuloso de tudo é que o diretor Frank Capra não apela para violência, fortes conflitos, tensão dramática constante ou cenas para nos fazer chorar. Prima somente para o simples e fala de conceitos básicos e inerentes a todo ser humano: bondade, generosidade, amor, honestidade, compaixão. Vou além e digo que o filme o tempo todo nos apresenta contrastes, personificados pelos personagens George Bailey (James Stewart) e Henry Potter (Lionel Barrymore). Este conteúdo pode ser, inclusive, chamado de visionário pois tudo o que é mostrada no filme, hoje é realidade e numa escala ainda maior.
Em Bedford Falls, no Natal, George Bailey (“o comunista”, por que não?), que sempre ajudou a todos, pensa em se suicidar saltando de uma ponte, em razão das maquinações do capitalista Henry Potter, o homem mais rico da região. Mas tantas pessoas oram por ele que Clarence (Henry Travers), um anjo que espera há 220 anos para ganhar asas, é mandado à Terra, para tentar fazê-lo mudar de idéia. Na verdade, o longa começa com os pedidos de oração a George e uma conversa entre dois seres celestiais sobre a sua vida. Somos apresentados ao protagonista desde a sua infância e logo percebemos que ele é a personificação de três grandes sentimentos: bondade, generosidade e compaixão. Capra já ousa optando por uma história não linear, o que não era comum na época, e vai além: apresenta, em dado momento do filme, uma cena congelada o que jamais se havia visto. Já aproveito para inserir meu comentário sobre o magistral elenco, com destaque para James Stewart numa das mais belas atuações masculinas que já vi. Merece destaque também, a esposa do protagonista vivida pela super simpática Donna Reed. Durante a espetacular caracterização de George, percebemos perfeitamente que o filme é uma discussão entre até onde vale a pena termos nossas vidas manipuladas pelo dinheiro e o quão maravilhoso é ter amigos e pessoas que nos amam. Percebemos também que o personagem de James Stewart sempre viveu para fazer o bem aos demais e esqueceu-se da sua vida. Quando “cai na real”, vê-se tomado pelo desejo de suicidar-se e é nesse ponto que o filme aproveita para discutir seus temas: o que é melhor, ter muitos amigos ou se aproveitar das pessoas por causa do capitalismo e faturar em cima de seus sonhos? Será que nossas ações passam despercebidas por Ele lá em cima? Será que quando encontramos um amor de verdade devemos embarcar nele ou deixá-lo para trás com medo do futuro? São temas discutidos de maneiras diferentes. Ao invés de termos um aprofundamento claro durante as cenas, elas simplesmente vão acontecendo e você vai absorvendo suas intenções mesmo que inconscientemente. Tudo isso fica reforçado pelo excelente roteiro, que apresenta diversos argumentos sobre uma felicidade que o dinheiro simplesmente não pode comprar – e aí entra uma tradução perfeita para o título "It’s a Wonderful Life", que apesar de não ser exata ou literal, encaixa-se perfeitamente na idéia que o filme quer discutir.
Ao encontrar-se com seu anjo da guarda, George deseja jamais ter nascido e o anjo concede o desejo. Tudo para que o protagonista perceba como sua vida era, de fato, fabulosa – mesmo com os problemas do cotidiano. E vale lembrar que, mais uma vez, fica evidente o brilhantismo do roteiro, já que somos levados a um palco totalmente diferente do qual estávamos acostumados durante a reprodução: tudo havia mudado, uma vez que George não existia. Mais uma vez está na hora de ele “cair na real” e, numa das mais lindas e simples cenas que já vi, George Bailey (pai de quatro filhos, marido de uma excelente esposa, filho de uma mulher fantástica e irmão de um herói de guerra) profere a frase: “Deus! Eu quero minha vida de volta!”. E numa comum, mas iluminada noite de Natal, um milagre vindo do Céu acontece. E convenhamos que não há noite melhor para que sonhos se realizem e milagres ocorram.
Nota: 10,0
It’s a Wonderful Life; EUA, 1946; DRAMA; de Frank Capra; Com: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell, Henry Travers, Beulah Bondi, Frank Fayden, Todd Karns.
Em Bedford Falls, no Natal, George Bailey (“o comunista”, por que não?), que sempre ajudou a todos, pensa em se suicidar saltando de uma ponte, em razão das maquinações do capitalista Henry Potter, o homem mais rico da região. Mas tantas pessoas oram por ele que Clarence (Henry Travers), um anjo que espera há 220 anos para ganhar asas, é mandado à Terra, para tentar fazê-lo mudar de idéia. Na verdade, o longa começa com os pedidos de oração a George e uma conversa entre dois seres celestiais sobre a sua vida. Somos apresentados ao protagonista desde a sua infância e logo percebemos que ele é a personificação de três grandes sentimentos: bondade, generosidade e compaixão. Capra já ousa optando por uma história não linear, o que não era comum na época, e vai além: apresenta, em dado momento do filme, uma cena congelada o que jamais se havia visto. Já aproveito para inserir meu comentário sobre o magistral elenco, com destaque para James Stewart numa das mais belas atuações masculinas que já vi. Merece destaque também, a esposa do protagonista vivida pela super simpática Donna Reed. Durante a espetacular caracterização de George, percebemos perfeitamente que o filme é uma discussão entre até onde vale a pena termos nossas vidas manipuladas pelo dinheiro e o quão maravilhoso é ter amigos e pessoas que nos amam. Percebemos também que o personagem de James Stewart sempre viveu para fazer o bem aos demais e esqueceu-se da sua vida. Quando “cai na real”, vê-se tomado pelo desejo de suicidar-se e é nesse ponto que o filme aproveita para discutir seus temas: o que é melhor, ter muitos amigos ou se aproveitar das pessoas por causa do capitalismo e faturar em cima de seus sonhos? Será que nossas ações passam despercebidas por Ele lá em cima? Será que quando encontramos um amor de verdade devemos embarcar nele ou deixá-lo para trás com medo do futuro? São temas discutidos de maneiras diferentes. Ao invés de termos um aprofundamento claro durante as cenas, elas simplesmente vão acontecendo e você vai absorvendo suas intenções mesmo que inconscientemente. Tudo isso fica reforçado pelo excelente roteiro, que apresenta diversos argumentos sobre uma felicidade que o dinheiro simplesmente não pode comprar – e aí entra uma tradução perfeita para o título "It’s a Wonderful Life", que apesar de não ser exata ou literal, encaixa-se perfeitamente na idéia que o filme quer discutir.
Ao encontrar-se com seu anjo da guarda, George deseja jamais ter nascido e o anjo concede o desejo. Tudo para que o protagonista perceba como sua vida era, de fato, fabulosa – mesmo com os problemas do cotidiano. E vale lembrar que, mais uma vez, fica evidente o brilhantismo do roteiro, já que somos levados a um palco totalmente diferente do qual estávamos acostumados durante a reprodução: tudo havia mudado, uma vez que George não existia. Mais uma vez está na hora de ele “cair na real” e, numa das mais lindas e simples cenas que já vi, George Bailey (pai de quatro filhos, marido de uma excelente esposa, filho de uma mulher fantástica e irmão de um herói de guerra) profere a frase: “Deus! Eu quero minha vida de volta!”. E numa comum, mas iluminada noite de Natal, um milagre vindo do Céu acontece. E convenhamos que não há noite melhor para que sonhos se realizem e milagres ocorram.
Nota: 10,0
It’s a Wonderful Life; EUA, 1946; DRAMA; de Frank Capra; Com: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell, Henry Travers, Beulah Bondi, Frank Fayden, Todd Karns.
13 comentários:
Também dou nota máxima a esse verdadeiro clássico do cinema. Vi uma vez numa extinta sessão de cinema daqui da cidade e achei uma obra-prima. Gostaria de ter ele na coleção e revê-lo. Também não vi mais nenhum filme do Frank Capra até o momento. Abraço!
Ainda não vi nenhuma obra do Capra, mais pelo visto, ele é de fato excepcional .
Esse filme está como uma de minhas sugestões do fechamento mensal, mas simplesmente não consigo o encontrar para assistir. Uma pena, pois parece ser mesmo maravilhoso.
FELIZ NATAL!
Ciao!
Esse é o grande filme de Natal. Uma lição de vida que, ano após ano, não perde actualidade.
Nota máxima: 10/10.
Abraço.
Como comentei no blog da Kamila ainda nessa semana, não tive oportunidade de conferir esse "It’s a Wonderful Life", o que pretendo fazer em breve.
Ibertson, eu sou um GRANDE fã de Capra. Mas somente este leva a nota máxima mesmo, e olha que já vi uns 8 filmes dele... Abraços!
Cleber, ele é mesmo!
Wally, não parece, é maravilhoso. Espero que vc consiga vê-lo em breve. Feliz Natal! Abraços.
Red, exatamente! Abraços.
Vinícius, espero que consiga assistí-lo. É um grande filme. Abraços!
ADORO, não tanto como você, mas adoro. xD Eu já me havia me encantado logo no início pela forma com que a história é contada - e até o fim do filme as surpresas não pararam. Tentarei assisti-lo amanhã para ter um natal mais bonitinho, porque este ano as coisas estão muito sem graça. hehe
[]s! E feliz natal. =)
Olá Kauê...passando só para te desejar um Feliz Natal...e muita paz para você e sua família!!
Abraços...e no próximo ano a gente veja muitos filmes!!!
Jeff, faça isso! É um filme que sempre alegra e faz com que passemos um lindo Natal. Abraços!
Thiago, igualmente para vc e sua família! Até 2009... Abraços!
Realmente, não dá para falar de Natal sem mencionar este clássico do Frank Capra. Acho que, de muitas formas, "A Felicidade Não se Compra" fala sobre aquilo que realmente importa na vida: nossa família e nossos amigos. Tendo isto, o resto é consequência. :-)
Beijos!
Kami, concordo plenamente. Não há nada mais importante mesmo!! Beijos!
Olá, Kau! Tdo bem?
Revi "A Felicidade não se Compra" ontem, e continuo me emocionando. Ele mostra uma grande lição sobre amizade e família.
Então, para vc desejo tudo de bom e tenha um FELIZ NATAL cheio de bençãos, paz e bons filmes!
Beijos! ;)
Mayara, este filme muda nossa visão de uma hora para outra!!! Desjo tudo em dobro pra vc, querida! Beijos.
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